quarta-feira, 30 de junho de 2010

MEU ETERNO AMOR A CAMOCIM

Quando pararem todos os relógios,

Todas as bússolas perderem os tinos;

Quando forem em vão os menológios,

E os dias silenciosos, sem meninos.

Quando se desbotarem os necrológios,

E se calarem, para sempre, os sinos;

Quando as traças comerem os eucológios,

E a Morte completar nossos destinos,

Na solidão da Natureza morta,

Virá bater, à noite, em minha porta,

A cruel Saudade, a gritar por mim!

E eu, na brancura óssea derradeira,

Tendo de mim apenas a caveira,

Hei de te amar ainda, Camocim!

R. B. Sotero

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