terça-feira, 29 de junho de 2010

CACOS DE AMOR

Recostado tristonho pelo cais,
Vejo nos pingos deste mar sem fim
Das revoltosas vagas em motim
Cacos de amor de quem não me quer mais.

O marulho das águas nos corais,
Qual enfadonho cantochão mastim,
Fas coro aos ais que vão dentro de mim
Num responso de tristes funerais.

A lua cheia que no céu desponta
Olha o mar d'água, mas parece tonta,
Sem crer na dor que no meu peito assiste.

E aquela estrea que de lá me espia
Ainda não sabe, mas já desconfia
Que foi a musa que me fez mais triste.

Raimundo Bento Sotero

2 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom ;)

Anônimo disse...

Esse homem relamente escreve texto belissimos ; gosto muito dele .